De Anaximandro, discípulo de Tales, há informações de que tenha trazido da Babilônia o Gnomon. Apontada como a forma mais primitiva de um relógio de sol e que, também, possibilita saber o norte, o solstício, o equinócio e, em questão cartográfica, a latitude onde está localizada uma cidade. Com a ajuda de marinheiros, coletando-se informações sobre distâncias, contornos da costa, direções e posições dos acidentes geográficos, podia-se chegar a auferir, sem muita precisão, a longitude e assim iniciar o desenho de um mapa cartográfico.
Uma nova contribuição veio com Eudoxo de Cnido (408-355 a.C.), astrônomo, matemático e pupilo de Platão. Seu grande feito foi ter construído um globo mostrando o céu visto do lado de fora, ao contrário de um observador na Terra. Escreveu dois livros: “Fenômeno” e “O Espelho”; ambos inexistentes atualmente.
Há um verso preservado até nossos dias que presta homenagem ao livro “Fenômeno”, escrito por Aratus de Soli (315-240/239 a.C.). Esse verso mostra o grau de importância da obra naquele momento.
Outro ponto de observação nesse sentido é que as primeiras projeções foram feitas pensando em desenhar o céu com as estrelas. No capítulo relativo a Claudio Ptolomeu será analisada a questão da projeção cartográfica, mas já se pode adiantar que uma das primeiras e mais antigas de que se tem notícia é a chamada “Gnômica”, originalmente conhecida por “horologium (relógio) ou “horoscópica” (=horóscopo que em grego significa = observador das horas).
Eudoxo representa para os estudiosos do assunto o início de grande avanço do entendimento do cosmo de maneira numérica, pois uniu as observações astronômicas feitas durante séculos pelos babilônicos, com as aplicações da geometria e dos cálculos astronômicos.